segunda-feira, 27 de abril de 2015

Radio: O tambor tribal. 1964.

Num discurso pronunciado no rádio em Munique, em 14/03/1936, Adolf Hitler declarou: "Sigo o meu caminho com a segurança de um sonâmbulo." Suas vitimas e seus críticos também apresentavam sintomas sonambúlicos. Dançavam como que em transe, ao som do tambor tribal do rádio, que produzia a extensão de seu sistema nervoso central para criar um envolvimento em profundidade que atingia a todos. "Quando ouço rádio, parece que vivo dentro dele. Eu me abandono mais facilmente ao ouvir o rádio do que ao ler um livro." - declarou uma pessoa consultada, por ocasião de uma pesquisa de opinião sobre o rádio. O poder que tem o rádio, durante seus trabalhos de casa, bem como pessoas que levam consigo seus transitores, que lhes propiciam um mundo particular próprio em meio às multidões. 
Um pequeno poema do dramaturgo alemão Berthold Brecht diz:

"Pequena caixinha que carreguei quando em fuga
Para que suas válvulas não pifassem,
Que levei de casa para o navio e o trem
Pra que os meus inimigos continuassem a falar-me.

Perto de minha cama, e para a minha angustia,
As ultimas palavras da noite e as primeiras da manhã
Sobre suas vitórias e sobre meus problemas 
_Prometa-me não ficar muda de repente!" 


Fonte: livro - Os meios de comunicação (com extensões do homem)
                                                    Autor: Marshall Mcluhan - 1964

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