A ''Comunicação Não-Violenta'' (CNV) é um processo de pesquisa continua desenvolvido por Marshall Rosemberg e uma equipe internacional de colegas, que apoia o estabelecimento de
relações de parceria e cooperação, em que predomina comunicação eficaz e
com empatia.
Enfatiza a importância de determinar ações a base de valores comuns.
Quando usada como guia na co-construção de acordos a CNV pode tomar a
forma de uma série de distinções, entre as quais:
- Distinção entre observações e juízos de valor
- Distinção entre sentimentos e opiniões
- Distinção entre necessidades (ou valores universais) e estrategias
- Distinção entre pedidos e exigencias/ameaças
Uma comunicação à base destas distinções tende a evitar dinâmicas
classificatórias, dominatórias e desresponsabilizantes, que rotulem ou
enquadrem os interlocutores ou terceiros.
A CNV enxerga uma continuidade entre as esferas pessoal,
inter-pessoal e social, e proporciona formas práticas de intervir nelas.
Aqueles que se apoiam na Comunicação Não-Violenta (chamada também de
"comunicação empática") consideram que todas as ações estão originadas
numa tentativa de satisfazer necessidades humanas, mas tentativas de
fazê-lo evitando o uso do medo, da vergonha, da acusação, da ideia de
falha, da coerção ou das ameaças. O ideal da CNV é conseguir que nossas
necessidades, desejos, anseios e esperanças não sejam satisfeitos às
custas de outra pessoa. Um princípio-chave da Comunicação Não-Violenta é
a capacidade de se expressar sem usar julgamentos de "bom" ou "mau", do
que está certo ou errado. A ênfase é posta em expressar sentimentos e
necessidades, em vez de críticas ou juízos de valor.
Rosenberg escolheu a comunicação conhecida como "não-violenta" para falar aproximadamente da filosofia de Mohandas Gandhi do ahinsa
(ou não-violência). Não obstante, ao contrário de Gandhi, Rosenberg
aprovava o uso defensivo da força - para evitar ferimentos, mas não com
sentido punitivo (ou seja, com a intenção punir ou machucar alguém).
Rosenberg afirma que esse desejo de punir e o uso de medidas punitivas
existe somente nas culturas que têm visões moralistas do mundo, que usam
as categorias de bom e mau. Ele diz que os antropólogos descrevem culturas em muitas partes do mundo em que a ideia de que
alguém é "mau" não faz nenhum sentido, e que tais culturas tendem a ser
pacíficas.
Utilização
Rosenberg, psicologo clínico de formação, aplicou o modelo de Comunicação Não-Violenta em programas da paz em Ruanda, Burundi, Nigéria, Malásia, Indonésia, Sri Lanka, Oriente Médio, Sérvia, Croácia e Irlanda.
As contribuições teóricas e práticas de Rosenberg são amplamente
utilizadas nas áreas de mediação e definição dos conflitos e são usadas
por alguns mediadores em seu trabalho.
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